Alinhamento e planejamento da cirurgia da Escoliose

O que são?

O alinhamento e o planejamento da cirurgia de Escoliose são etapas cruciais para o sucesso do procedimento.

Alinhamento

O alinhamento refere-se à correção da curvatura da coluna durante a cirurgia, visando a restaurar a posição anatomicamente correta dos segmentos vertebrais. O objetivo é não apenas melhorar a aparência da coluna, mas também aliviar a dor, melhorar a função e prevenir a progressão da deformidade. Para isso, é necessário realizar um planejamento cirúrgico detalhado e individualizado.

Planejamento

O planejamento da cirurgia de escoliose degenerativa envolve várias etapas:

Avaliação clínica

O médico especialista em coluna irá realizar uma avaliação clínica detalhada do paciente. Isso pode incluir uma revisão do histórico médico, exame físico e discussão dos sintomas. É importante entender a gravidade da curvatura, a presença de dor ou outros sintomas relacionados à coluna, a limitação funcional e o impacto na qualidade de vida do paciente.

Exames de Imagem

São solicitados exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para avaliar a curvatura da coluna e verificar a presença de compressão nervosa ou outras anormalidades. Esses exames fornecem informações detalhadas sobre a anatomia da coluna e ajudam no planejamento da cirurgia.

Medição da curva

Com base nas radiografias, o médico irá medir o ângulo da curvatura da coluna, conhecido como ângulo de Cobb. Isso ajuda a determinar a gravidade da escoliose e a planejar a correção necessária durante a cirurgia. O objetivo é reduzir o ângulo de curvatura e restaurar o alinhamento normal da coluna.

Escolha da abordagem cirúrgica

Com base nos exames e na avaliação clínica, o médico irá determinar a abordagem cirúrgica mais adequada para o caso. Existem diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis, como a via anterior (pela parte frontal do corpo), via posterior (pela parte de trás) ou uma combinação de ambas. A escolha dependerá da localização e extensão da curvatura, bem como das características do paciente.

Cirurgia

Instrumentação e implantes

Durante o planejamento, o médico também irá selecionar os instrumentos e implantes necessários para estabilizar a coluna vertebral. Isso pode incluir parafusos, hastes, placas e enxertos ósseos. A escolha dos implantes depende da gravidade da curvatura e da estratégia cirúrgica adotada.

Discussão com o paciente

É fundamental que o médico explique detalhadamente o planejamento cirúrgico ao paciente, incluindo os riscos, benefícios e possíveis complicações do procedimento. O paciente deve estar ciente das expectativas realistas em relação aos resultados da cirurgia.

O alinhamento e o planejamento cuidadoso da cirurgia de escoliose degenerativa são essenciais para obter resultados positivos e minimizar os riscos associados ao procedimento. Cada paciente apresenta características únicas, e o tratamento deve ser personalizado de acordo com as necessidades e condições individuais.

Caso real

Alinhamento

O alinhamento normal da coluna no plano sagital (lateral) deve coincidir com a base do sacro, sendo aceitável até +5cm anterior à borda sacral posterior (equilíbrio compensado).Fig. 1.

No plano coronal, o eixo vertebral deve coincidir com o ponto médio do sacro. Até 3cm de deslocamento é aceitável (equilíbrio compensado) Fig. 2.

Fig. 1 equilíbrio sagital

Fig. 1 equilíbrio sagital

Fig. 2 – Equilíbrio coronal

Fig. 2 – Equilíbrio coronal

Quando o eixo vertebral ultrapassa os limites compensatórios, dizemos que a coluna está desalinhada e a intervenção cirúrgica se faz indicada.

Vejamos um exemplo abaixo (fig. 3 e 4).

No plano sagital, observe que o alinhamento ultrapassa os 5cm do sacro, inclusive ultrapassa as cabeças femorais, demonstrando grave desequilibro sagital. Este tipo de desequilíbrio acarreta baixa qualidade de vida. (Fig. 3)

Por outro lado, no plano coronal, a paciente apresenta um desvio do eixo maior que 3cm, demonstrando desequilíbrio nos dois planos. Este é o pior cenário para o paciente que sofrerá de dores crônicas intratáveis se não corrigido cirurgicamente.

Fig. 3 – desalinhamento sagital

Fig. 3 – desalinhamento sagital

Fig. 4 – Desalinhamento coronal >3cm >5cm.

Fig. 4 – Desalinhamento coronal >3cm >5cm.

Medição da curva e escolha da abordagem cirúrgica

O planejamento operatório, nestes casos, deve considerar a correção da deformidade nos dois planos. Osteotomias no ápice da curva (lombar) associado a instrumentação longa se fazem necessários. A cirurgia é complexa e realizada muitas vezes em duas ou três etapas separadamente para garantir o sucesso e a integridade do paciente.

Utilizamos um programa computacional para estimar a correção, que deve neutralizar o balanço no plano sagital. Neste caso, aplicamos três osteotomias através de ALIF, estimando 1cm de abertura e 10 graus de lordose para cada segmento. Vejamos a correção estimada:

Fig. 5 – Pré-op

Fig. 5 – Pré-op

Fig. 6 – Pós-op (balanço neutro)

Fig. 6 – Pós-op (balanço neutro)

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